terça-feira, 13 de novembro de 2007

Já passam das duas da manhâ. Sinto a atmosfera pesar sobre meu corpo, cuja cabeça nao pára de rodar. Ouço os pingos de chuva ardente contra o aluminio frio da chaminé. O corpo pesado, as mãos leves, com a sencação e o calor de quem nao está sozinho, o sabor de alguem que esta aqui. Veio ajudar as almas perdidas no asfalto quente e sangrento.
A chuva continua a cair, sem ao menos apagar as chamas que tanta dor despertaram. Luzes e sons afugentados se misturam, causando torpor as almas atordoadas. Sinto a mão arder, como se alguem a segura-se com o mesmo medo da criança que nâo ousa se movers, esperando nao despertar o monstro que mora debaixo de sua cama.
Escuto os sons; sinto o frio; o cheiro de morte impregnada pelos corpos, despertando ainda mais chamas, que parecem nunca se render.
Ainda posso ver as almas que sabem empurradas pela fumaça, que invade a minha consciencia, que penetra minha mente. Ainda consigo ouvir os gritos dos mortos que por ali passaram.

sábado, 10 de novembro de 2007

insensível confusão


A ausente não o faz sentir só;
O faz sentir invisível.
Ondas eletromagnéticas, insensíveis confusões de íons, insensíveis tons de preto na falta da pura luz.
Tons que se moldam; tons que se escoltam.
A mente liberta da clausura craniana faz criar um novo sentido, guiado pela entorpecencia exalante daquela mesma lagrima vaporizada.