Subi pelas tortas escadas de madeira, que rangiam a cada passo, até encontrar a glamurosa manchada. Ao abri-la deixei todo o cinza em seu capacho e deixei tomar-me pelo roxo de suas altas paredes. Aquele lugar era pura utopia. Ali paredes não dividiam cômodos, colunas não estipulavam limites, não havia medo, apenas o desconhecido.
Ao entrar, encontro doutor K. sentado na única poltrona existente em uma enorme mesa. A poltrona era talhada a outro, penso que deveria ser algo raro, talvez de séculos passados, nunca havia visto tal peça. Tudo ali me lembrava peças de colecionadores classudos, que eu, até então, só tinha visto em livros, ou revistas casas. Num relance pude ver do outro lado, em outra sala, que numa simples poltrona em frente a uma fumegante lareira havia um corpo feminino, de negros e longos cabelos, fui capaz de ver apenas suas nuas costas, ela me parecia enfeitiçada pelo fogaréu da lareira, sem ao menos notar minha presença.
- Estávamos ansiosos a sua espera – disse K., dirigindo-se a mim. K. vestia apenas um hobby de cetim azul marinho que brilhava mais que sua ilustre presença.
- Como ousaria ausentar-me a tão estimado jantar – retruquei, tentando entender confusa situação.
- Vejo que seguiu as formalidades do smoking, - disse quase que caçoando de mim – nunca, ninguém me levou tão a serio, sinto-me lisonjeado por sua preocupação;
- Quis apenas parecer melhor – respondi com um leve sorriso – E aquela moça, não seremos apresentados ? – referindo-me á linda mulher de costas nua que continuava a contemplar as chamas, sem dar-me a mínima atenção.
- Refere-se a minha companheira Alice? Ainda não é hora. Ainda não. – Disse o doutor levantando-se de sua prezada poltrona e indo até Alice.
Afinal, que trajes eram aqueles de K.? Porque diabos aquela imensa mesa tinha apenas uma única cadeira? Quem era a misteriosa “Alice”? Porque permanecia ali, imóvel, contemplando tal lareira?
K tirava do bolso de seu ofuscante hobby uma seringa, e injetava algo em sua companheira sem o mínimo intento de ocultar-me tal ato, Alice continuava sem reação. Agora eu estava mais confuso ainda, o que era aquilo? O que estaria acontecendo nesse tão estanho jantar?
- Desculpe-me – dizia K. enquanto dispensava a seringa, agora vazia – Você deve estar confuso, afinal, essas devem ser novidades para você. Peço apenas que sente-se comigo e fique de mente aberta. Apenas se liberte de todos seus dogmas e sinta a lua. Venha, me acompanhe á varanda, vou explicar-lhe tudo. Andando rumo á varanda K. acendia um cachimbo para si, e me oferecia outro.
A lua estava coberta pelas nuvens, porém era possível perceber que ela estava ali, como K. disse, eu poderia senti-la, e era extremamente forte. Estávamos num alto andar, de cima víamos o que já presenciara há poucos minutos atrás. Alguns músicos bêbados cantavam jogados na calçada entro os saco de lixo, enquanto mulheres, também alcoolizadas, dançavam cambaleantes pela rua.
- Alice era uma dessas mulheres, vadias, que viviam bêbadas pela rua. Foi apenas mais uma pobre garota sonhadora, era bailarina e achou que ao vi pra cá conseguiria ingressar em uma grande companhia, e assim, teria a vida com a qual sonhava. Chegou aqui, sem a mínima noção da realidade – K. agora tinha suas feições mudadas, uma ruga de preocupação acentuava-se entre as sobrancelhas. Via em seu rosto certo sentimento que jamais tinha visto.
-Triste história tem essa pobre mulher – disse, concordo que mecanicamente, sem qualquer afeição.
- Antes fosse essa a parte triste. A história está longe do fim. – revela misterioso – Venha comigo, vamos ao jantar.
Ao tentar me levantar da cadeira onde estava, senti um estranho torpor invadindo-me. Deixei cair o cachimbo, o barulho que ele fez ao tocar o chão fazia soar notas estridentes em minha cabeça, as brasas agora no chão, piscavam sem parar e eu via ali um esplendoroso show de luzes, vermelho e amarelo se misturavam na minha frente resultando o laranja que me invadia, tomando o lugar do roxo das paredes que antes haviam expulsado o cinza de minha mente. K olhava para mim como quem observa uma de suas cobaias.
- Deixe ajudá-lo, você me tanto tonto – disse com um certo sorriso disfarçado. Dali em diante não consegui pronunciar uma palavra sequer. Apenas soltei um gemido, agradecendo a ajuda.
K. deitou-me no divã ao lado se de sua companheira, eu já havia perdido os movimentos, e logo perderia os sentidos. K. tirou então uma de suas seringas do bolso do hobby, ela continha um líquido de aparência viscosa. Lembro-me de K. injetando-o em minha corrente sanguínea, e de ter apagado segundo depois, confortado pelo sorriso do doutor. K. era um cirurgião afastado, sua imagem era meio “mitológica”, era conhecido por ter laboratórios secretos atrás de armários falsos e criar monstros, do gênero Frankstein, esse tipo de mito que se cria em cima de alguém que é, digamos, apenas "excêntrico”.
~Parte 2 Quando acordei comecei a sentir vibrações, perceber sons, sentir as cores cinzas, roxas, laranjas pulsarem juntas dentro de mim. Eu podia enxergar, sentir, tocar melhor. Sentia todo os meus sentidos apurados. Sentia-me aberto a tudo, aos poetas, as dançarinas bêbadas, os pintores mendigos, o cheiro da cidade que me invadia pela varanda aberta. Eu estava como a muito tempo não sentia, nefalíbatico. Alice continuava imóvel.
Ao levantar, leve como nunca, vi K. de novo sentado em sua ilustre poltrona de revista. Ele agora lustrava alguns de seus instrumentos cirúrgicos já enferrujados, dispostos milimetricamente organizados em cima da mesa. Os seus “brinquedinhos”, como ele os chamava, já estavam brilhando como o hobby azul.
- Venha cá, rapaz – disse virando-se para mim, e arrumando a distancia de seus “brinquedinhos” como um maníaco perfeccionista.
- Agora eu sinto, eu consigo sentir, é tudo tão intenso, tudo tão... – disse eu, afobadamente atropelando as palavras.
- Não fale mais nada, apenas sinta – dizia, me interrompendo com sua doce e calma voz – apenas sinta! Fiz que sim com a cabeça e me aproximei agora calmamente. Conforme ia em sua direção, cambaleando, via que a luz refletia dos seus instrumentos polidos dançava em minha frente, me deixando cada vez mais embriagado. Aquelas luzes me seduziam, me provocavam e eu sorria sem perceber. Eu estava sentindo a alegria dos “brinquedinhos” do doutor, que também sorria.
- Vejo que não precisamos mais de certas formalidades, você sente? – sim, eu sentia, sentia tudo a flor da pele, sentia minhas veias saltarem, sentia que o sangue corria num ritmo bem mais acelerado, os pulmões eram cada vez menores para suportar tanto ar, a respiração mais forte e mais ofegante. O suor percorria o meu corpo, desarrumava-me inteiro.
O smoking tinha se tornado arrogante demais, despi-me do paletó que me pesava, da gravata que me enforcava, do cinto que me prendia, os sapatos que me apertavam.
Me despi até alcançar a nudez completa. Desse jeito eu poderia sentir-me mais livre, a liberdade, me sentia tão leve e atordoado que poderia voar em meio a tantas luzes, tantas formas.
- Deite-se aqui meu caro, logo, logo, o jantar será servido – disse-me batendo em cima da grande mesa, já bamba.
- Vou ajudar-lhe nos últimos detalhes para o grande jantar – disse K, enquanto pegava algum instrumento.
Deitado ali pude ver o grande lustre pendurado por duas final cordinhas que iam até o alto teto. Era um enorme lustre, bonito, brilhante, nele eu via o reflexo de todas aquelas cores, de todos os sons do ambiente. Enquanto me deliciava com a beleza e a tontura que me dava aquele gigante lustre retangular, K. havia pego uma gilete e depilado-me por inteiro, das pernas á cabeça, passando até pelas partes íntimas e sobrancelhas.
- Temo de fazer uma higienização completa meu caro – dizia K., enquanto eu continuava a me deliciar com minha embriagueis.
K. retirava outra seringa de seu, dessa vez de líquido diferente e injetava-o em mim novamente. Agora eu sentia-o invadindo e dilacerando minhas veias, sentia o ardor tomando conta de todo meu corpo, pouco a pouco.
- Não lhe expliquei toda a história de Alice, não é mesmo? – Eu era incapaz de responder-lhe, aquela nova injeção me proporcionava experiências mentais tão extremas que eu não podia quebrar, tinha que sentir como ele havia me recomendado. – Eu já havia lhe adiantado que aquela não era a parte triste de sua história – dizia enquanto marcava minha barriga com uma caneta vermelha – Quando Alice finalmente percebeu que não alcançaria a vida que tanto sonhara, que aqui as coisas não seriam como ela havia imaginado, Alice caiu nessas ruas sujas, com essas pessoas sujas e mergulhou de cabeça no inferno que é este lugar. – Enquanto dizia essas palavras, limpava-me com iodo e afiava seu bisturi – Alice mergulhou no inferno das drogas. Daqui de cima eu a via dançar, sempre drogada, com os outros vadios, ao som dos músicos falidos. Dali, daquela varanda, eu me apaixonei por seu vestido roxo, que alegrava essa cidade cinza, que a destacava do lixo e dos animais que vivem lá embaixo. Daqui eu saltei pra salvá-la de overdoses que a matariam se não fosse por meu amor. Depois da tentativa de suicídio em que minha bailarina atracou-se em frente á um carro, decidida a acabar com seu sofrimento. Decidi raptá-la e trancá-la aqui com quem a ama, com quem a quer salvar. Pensei que meu amor a salvaria, porém, ela preferiu as mesmas drogas que a tinham consumido e certa noite, fugiu. E para meu desespero, não deixou um bilhete sequer.
Minha paixão por Alice era do tamanho do mundo, eu não ia deixá-la fugir e se matar em qualquer esquina. Percorri os piores becos desse lixo a sua procura, passei três dias desesperado atrás do meu grande amor suicida. Eu não deixaria que nada de mal acontecesse aquela ingênua sonhadora – lágrimas escorriam de seus olhos, sua boca tremia, seu corpo tremia, era a manifestação de um medo que eu nunca tinha visto igual. – Fui encontrá-la em um consultório sujo e infectado, no beco mais imundo da cidade. Alice estava desacordada. Ela estava preste a perder alguns órgãos em troca de dinheiro e drogas. Ele, o traficante, havia oferecido míseros setenta reais em troca de alguns órgão que lhe seriam vitais, o crápula tinha a vitima perfeita, uma drogada suicida, a drogada pela qual me apaixonei vendo-a dançar bêbada junto ao lixo, ou mesmo caída no lixo.
A encontrei quase morta numa banheira cheia de gelo, ele a tinha enchido de remédios, Alice havia tido mais uma overdose, e eu, eu não tinha tido tempo de salvá-la , ele havia aberto sua barriga, a barriga de Alice, estava ali aberta, mal costurara! Ele iria roubá-la de vez de minha paixão.
Sorte minha, azar o dele, encontrei-o tentando fugir pela porta da frente. Louco de ódio, esfaqueei o filho da puta até perder as forças, até não conseguir distinguir aquela poça de sangue e carne de um corpo. – Fez uma pausa para tentar acalmar-se, eu já havia tomado muitas injeções, não sentia uma parte sequer do meu corpo, movia apenas os olhos, vislumbrando o lustre. De vez em quando era possível ver as mãos ou os instrumentos de Doutor K. sujos de sangue, do meu sangue. Mas as luzes eram tão bonitas. O vermelho, o roxo, o cinza, todos dançavam para mim entre os reflexos das flamejantes luzes refletidas dos cristais presos pelos dois finos fios ao teto.
- E esse imenso banquete ofereço á minha amada Alice, á ela seram destinadas as carnes que de ti tirarei. Te consumirei por meu amo. Sinta-se honrado por esse jantar! – dizia K entre soluços enquanto injetava-me a ultima seringa do liquido viscoso que me fez finalmente adormecer.
Dia primeiro de janeiro de
dois mil e oito
- á Alice, bailarina
Ao levantar, leve como nunca, vi K. de novo sentado em sua ilustre poltrona de revista. Ele agora lustrava alguns de seus instrumentos cirúrgicos já enferrujados, dispostos milimetricamente organizados em cima da mesa. Os seus “brinquedinhos”, como ele os chamava, já estavam brilhando como o hobby azul.
- Venha cá, rapaz – disse virando-se para mim, e arrumando a distancia de seus “brinquedinhos” como um maníaco perfeccionista.
- Agora eu sinto, eu consigo sentir, é tudo tão intenso, tudo tão... – disse eu, afobadamente atropelando as palavras.
- Não fale mais nada, apenas sinta – dizia, me interrompendo com sua doce e calma voz – apenas sinta! Fiz que sim com a cabeça e me aproximei agora calmamente. Conforme ia em sua direção, cambaleando, via que a luz refletia dos seus instrumentos polidos dançava em minha frente, me deixando cada vez mais embriagado. Aquelas luzes me seduziam, me provocavam e eu sorria sem perceber. Eu estava sentindo a alegria dos “brinquedinhos” do doutor, que também sorria.
- Vejo que não precisamos mais de certas formalidades, você sente? – sim, eu sentia, sentia tudo a flor da pele, sentia minhas veias saltarem, sentia que o sangue corria num ritmo bem mais acelerado, os pulmões eram cada vez menores para suportar tanto ar, a respiração mais forte e mais ofegante. O suor percorria o meu corpo, desarrumava-me inteiro.
O smoking tinha se tornado arrogante demais, despi-me do paletó que me pesava, da gravata que me enforcava, do cinto que me prendia, os sapatos que me apertavam.
Me despi até alcançar a nudez completa. Desse jeito eu poderia sentir-me mais livre, a liberdade, me sentia tão leve e atordoado que poderia voar em meio a tantas luzes, tantas formas.
- Deite-se aqui meu caro, logo, logo, o jantar será servido – disse-me batendo em cima da grande mesa, já bamba.
- Vou ajudar-lhe nos últimos detalhes para o grande jantar – disse K, enquanto pegava algum instrumento.
Deitado ali pude ver o grande lustre pendurado por duas final cordinhas que iam até o alto teto. Era um enorme lustre, bonito, brilhante, nele eu via o reflexo de todas aquelas cores, de todos os sons do ambiente. Enquanto me deliciava com a beleza e a tontura que me dava aquele gigante lustre retangular, K. havia pego uma gilete e depilado-me por inteiro, das pernas á cabeça, passando até pelas partes íntimas e sobrancelhas.
- Temo de fazer uma higienização completa meu caro – dizia K., enquanto eu continuava a me deliciar com minha embriagueis.
K. retirava outra seringa de seu, dessa vez de líquido diferente e injetava-o em mim novamente. Agora eu sentia-o invadindo e dilacerando minhas veias, sentia o ardor tomando conta de todo meu corpo, pouco a pouco.
- Não lhe expliquei toda a história de Alice, não é mesmo? – Eu era incapaz de responder-lhe, aquela nova injeção me proporcionava experiências mentais tão extremas que eu não podia quebrar, tinha que sentir como ele havia me recomendado. – Eu já havia lhe adiantado que aquela não era a parte triste de sua história – dizia enquanto marcava minha barriga com uma caneta vermelha – Quando Alice finalmente percebeu que não alcançaria a vida que tanto sonhara, que aqui as coisas não seriam como ela havia imaginado, Alice caiu nessas ruas sujas, com essas pessoas sujas e mergulhou de cabeça no inferno que é este lugar. – Enquanto dizia essas palavras, limpava-me com iodo e afiava seu bisturi – Alice mergulhou no inferno das drogas. Daqui de cima eu a via dançar, sempre drogada, com os outros vadios, ao som dos músicos falidos. Dali, daquela varanda, eu me apaixonei por seu vestido roxo, que alegrava essa cidade cinza, que a destacava do lixo e dos animais que vivem lá embaixo. Daqui eu saltei pra salvá-la de overdoses que a matariam se não fosse por meu amor. Depois da tentativa de suicídio em que minha bailarina atracou-se em frente á um carro, decidida a acabar com seu sofrimento. Decidi raptá-la e trancá-la aqui com quem a ama, com quem a quer salvar. Pensei que meu amor a salvaria, porém, ela preferiu as mesmas drogas que a tinham consumido e certa noite, fugiu. E para meu desespero, não deixou um bilhete sequer.
Minha paixão por Alice era do tamanho do mundo, eu não ia deixá-la fugir e se matar em qualquer esquina. Percorri os piores becos desse lixo a sua procura, passei três dias desesperado atrás do meu grande amor suicida. Eu não deixaria que nada de mal acontecesse aquela ingênua sonhadora – lágrimas escorriam de seus olhos, sua boca tremia, seu corpo tremia, era a manifestação de um medo que eu nunca tinha visto igual. – Fui encontrá-la em um consultório sujo e infectado, no beco mais imundo da cidade. Alice estava desacordada. Ela estava preste a perder alguns órgãos em troca de dinheiro e drogas. Ele, o traficante, havia oferecido míseros setenta reais em troca de alguns órgão que lhe seriam vitais, o crápula tinha a vitima perfeita, uma drogada suicida, a drogada pela qual me apaixonei vendo-a dançar bêbada junto ao lixo, ou mesmo caída no lixo.
A encontrei quase morta numa banheira cheia de gelo, ele a tinha enchido de remédios, Alice havia tido mais uma overdose, e eu, eu não tinha tido tempo de salvá-la , ele havia aberto sua barriga, a barriga de Alice, estava ali aberta, mal costurara! Ele iria roubá-la de vez de minha paixão.
Sorte minha, azar o dele, encontrei-o tentando fugir pela porta da frente. Louco de ódio, esfaqueei o filho da puta até perder as forças, até não conseguir distinguir aquela poça de sangue e carne de um corpo. – Fez uma pausa para tentar acalmar-se, eu já havia tomado muitas injeções, não sentia uma parte sequer do meu corpo, movia apenas os olhos, vislumbrando o lustre. De vez em quando era possível ver as mãos ou os instrumentos de Doutor K. sujos de sangue, do meu sangue. Mas as luzes eram tão bonitas. O vermelho, o roxo, o cinza, todos dançavam para mim entre os reflexos das flamejantes luzes refletidas dos cristais presos pelos dois finos fios ao teto.
- E esse imenso banquete ofereço á minha amada Alice, á ela seram destinadas as carnes que de ti tirarei. Te consumirei por meu amo. Sinta-se honrado por esse jantar! – dizia K entre soluços enquanto injetava-me a ultima seringa do liquido viscoso que me fez finalmente adormecer.
Dia primeiro de janeiro de
dois mil e oito
- á Alice, bailarina