
06-02-08~ Ele ia a chutar pedras que druzassem seu caminho, ia de cabeça baixa, despreocupado com o que mais houvesse ao seu redor. Alí, naquele mundo, só existiam seus pés vestidos do tênis sujo que acompanhava seu leve caminhar, e as pedras, ora pequenas, ora colorias, ora imperceptíveis. Admirava-as rolarem sem a mínima expressão, era um rosto baixo, uma face imóvel, nem mesmo a dor causada pelos pedregulhos maiores o abalava. As vezes chutava com tanta força que seu corpo parecia sair do chão impulsionado pela raiva que sentia. Seu rosto não demonstrava, mas alí dentro, milhares de emoções e lembranças relutavam para aparecer em seus frios olhos. As vezes, o frio nem é tão desconfortável. As vezes eu acho que a luz se apagou, outras vezes, ao apertar bem os olhos consigo ver um resquiço de eletricidade correndo perdida dentre aquele emaranhado de fios. E aquela eletricidade que antes era um resquiço, agora invade aquele mundo. O brilho parece afugentar a escuridão no pequeno canto de uma galaxia perdida. Ao chutar outra pedra, sente que seu rosto poderia reagir, e tenta, com muita apreensão, arriscar um sorriso. Entao a musica começa a tocar mais rápida e mais alta, e as lembranças passavam agora como um turbilhão diante dos seus olhos, fazendo com que sentimentos e emoções jorrassem de seus poros
08-02-08~ e logo o rosto voltou a ser imóvel.
08-02-08~ e logo o rosto voltou a ser imóvel.